escolinhas de esportes (principalmente futebol) querendo que seu filho seja um atleta. Consequentemente cada vez mais surgem competições esportivas que visam faixas etárias baixas.
Ai alguém fala de forma confortante: “Ah mas esporte é saúde, faz bem para a formação da criança, e ajuda ela a saber perder e ganhar”.
Bem, vivemos em um mundo de polaridades, muitas das coisas podem ser boas ou ruins, o que diferencia um estado do outro é a maneira que são aplicados. Por exemplo: a água é algo vital em nossa vida, porém, em excesso pode gerar um desequilíbrio em nosso organismo.
A grande questão do esporte, é que muitas das vezes as crianças não estão ali por vontade própria, mas pela insistência dos pais e familiares, ou até mesmo das escolas. No entanto a questão é ainda maior, pois a criança nas fases iniciais ainda está em um mundo de descobertas e aprendizados, nesse período sua gama de movimentos e habilidades encontra-se elevada, e restringindo-a fixação de alguns movimentos e habilidades motoras especificas de determinada modalidade é limitar o seu potencial e desenvolvimento, sem falar ainda da parte cognitiva, como inteligência do jogo e resolução dos seus problemas.
Outro detalhe importante é a questão psicológica, a exposição a qual a criança é colocada através da competição, afinal, muitas das vezes ela é apenas transferida do mundo adulto para o infantil, e sequer sofre adaptações necessárias. Por exemplo, você já assistiu um futebol 11x11 em campo oficial, com crianças de 7,8, 9 anos? Um goleiro de 1,45 em uma trave de 7 metros? Faz realmente algum sentido pedagógico? Você acha que existe algum lateral direito, centroavante, meia-armador com 8 anos de idade? São apenas crianças!
Reflita...
O esporte pode sim contribuir no desenvolvimento da criança nas diversas áreas de sua vida, mas é preciso professores capacitados para isso também, escolas que estejam comprometidas com o processo de desenvolvimento humano da criança e não apenas em ganhar algum tipo de competição.